terça-feira, 1 de março de 2011

A Expressão de Edvard Munch


O Expressionismo tem como característica projetar na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. O artista expressionista prioriza a expressão dos sentimentos mais que a descrição objetiva da realidade.

Edvard Munch foi um importante artista plástico norueguês, considerado por muitos estudiosos das artes plásticas como um dos artistas que iniciaram o expressionismo na Alemanha.Teve uma família muito conturbada, pois sua mãe e irmã morreram quando Munch ainda era jovem. Seu pai era fanático religioso e sua outra irmã tinha problemas mentais. Não bastasse, Munch ainda ficou doente quando criança. Já adulto, Munch começou a apresentar um quadro psicológico conturbado e conflituoso, Alguns estudiosos afirmam a possibilidade de Munch ter possuído transtorno bipolar. O Expressionista estudou artes plásticas no Liceu de Artes e Oficios da Cidade de Oslo, capital da Noruega.

A Obra "O Grito" (imagem à esquerda) foi pintada em 1893, e considerada um dos símbolos do expressionismo.

No expressionismo, a arte é reflexo do mundo interior do artista. Munch expressou a sua dor e angústia de uma vida conturbada e triste na obra que estamos vendo? Munch escreveu em seu diário a fonte de inspiração para essa tela:

"Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a mureta– havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza"

Ao apreciarmos essa obra, vejo a impossibilidade de não reagir a esse momento de dor. Nós interagimos com o que a imagem, as cores, a desordem do fundo, a expressão no rosto desenhado. O contraste que se dá ao céu laranja-fogo com o azul-vidro do rio, aumenta a dramaticidade. Sentimos o grito nos afetando assim como afeta o fundo da imagem, deixando-a torta e dolorosa. Enquanto em contraste também a indiferença dos amigos que continuam a caminhar, e ao não-natural, a ponte. Estes continuam intactos à demonstração de dor.

Minhas observações:

Gosto dessa tela, e portanto, do expressionismo, pela forte subjetividade, e reflexão que temos a partir do contato com obras como esta. Vejo que essa imagem não só reflete a vida pessoal de Munch. Muitas pessoas se identificam com a obra. E vemos aqui no nosso dia-a-dia, passamos por tantas pessoas em uma caminhada, na nossa jornada de trabalho, no nosso curso e nem nos damos conta da angústia dos que convivem com a gente e nem eles da nossa. Inúmeras pessoas sofrem e na maioria somos indiferentes a dor que não é nossa.


Bruna Guedes Cortez Prego

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