A contemporaneidade das obras de Vik Muniz está na utilização de materiais inusitados, como: geleia, chocolate, pasta de amendoim, xarope, vinho, açúcar, materiais recicláveis, fios de cabelo, arame, diamante, gel, pigmentos, comidas. A técnica criada por Vik Muniz consiste na utilização desses variados e inusitados materiais e objetos na formação de imagens que depois são fotografadas e ampliadas. Normalmente seus trabalhos são releituras de grandes mestres da pintura: Leonardo da Vinci, Claude Monet, Albert Dürer, Gerhard Richter, Andy Warhol, entre outros. O resultado é fantástico!
Entre seus trabalhos mais conhecidos estão as réplicas da Mona Lisa confeccionadas com geléia de morango e pasta de amendoim, do icônico retrato de Che Guevara desenhado com feijão, e a Medusa concebida em um prato de macarrão com molho de tomate.
Mas uma que me chamou atenção e que fez a maioria das pessoas conhecer o trabalho desse grande artista foi a Abertura de Passione:
Realizada a partir da foto de um casal se beijando, Vik Muniz produziu a obra somente com sucata. “No lixo é possível encontrar latas e papéis velhos, restos de comida, mas também sei de casos de catadores que acharam jóias jogadas fora. Misturei tudo isso ao pensar na abertura da novela”, afirma Muniz.
É exatamente isso que torna a obra ainda mais interessante. Quem a vê frente a frente tem a nítida percepção de estar vendo somente lixo sob seus olhos. Entretanto, a possibilidade de vê-la por outro ângulo, faz o espectador perceber aquilo que artista, de fato, quis transmitir. A gravação da obra sobre esses diversos ângulos faz com que o lixo ali passe de forma imperceptível.
Foi esse o motivo da minha escolha por essa obra. Afinal, é incrivelmente encantador como Muniz consegue realizar uma representação do real com coisas que até então considerávamos inúteis ou incapazes de se transformarem em arte.
Myrian Santiago P. de Santana
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